sexta-feira, 21 de maio de 2010

CONVERSANDO COM ESTRELAS


" Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que para ouví-las, muitas vezes desperto e abro as janelas,
pálido de espanto...

E conversamos toda a noite,
Enquanto a via- láctea, como um pálido aberto,
Cintila. E, ao ouvir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora:" Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: Amai para entendê-las?
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."


Uma linda poesia, de um grande gênio parnasiano. Sei que pode parecer irônico dizer que a poesia parnasiana de Olavo Bilac tem um certo valor sentimental, uma vez que, "sentimental" não se enquadra no estilo formal e preciosista do parnasianismo, mas como foi citado na primeira postagem do blog, o objetivo é exatamente identificar os sentidos do poetas.
É possível descrever e interpretar a poesia acima, pelas personificações explícitas no texto em análise. O autor deixa claro o significado de amar, no trecho: " Só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender estrelas." Qual a sua definição para AMAR?


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